A taça do mundo é nosa

A TAÇA DO MUNDO É NOSSA?
João Batista Chamadoira
jobachama@uol.com.br
Tomo emprestado o título de um comentário, de aluna minha do curso de jornalismo. O título, como sabemos, já não era original, já fora usado na música da conquista da Copa do Mundo de 1958. Como ladrão que rouba ladrão, cem anos de perdão, então, vá lá. Gostaria muito de que o Brasil voltasse com a taça da África, jogando, é claro, um futebol bonito, uma festa com a bola. E, em especial, que a taça viesse, não vazia, mas recheada de muitas coisas de que precisamos aqui, e que durante a Copa são, por uma magia, esquecidas. Por exemplo, que tal uma taça cheia daquela responsabilidade política que queremos; derramando alimentos de que tanta gente sente falta; pingando educação, que parece estar desaparecida; de promessas cumpridas pelos governantes e representantes do povo; com um cheiro de ética de inebriar o ambiente brasileiro; abarrotada de interesse do povo pela cultura que torne o Brasil mais conhecido não só pelo futebol e pelas bundas femininas que atraem o turista do exterior; lotada de desejos superiores que nos deem uma perspectiva favorável no cenário mundial; com um presidente que pense mais no povo do que em si mesmo; um patriotismo verdadeiro e não de fachada, essa de bandeira na janela só durante a Copa do Mundo. E que depois some...
Isso é mais que um desejo, é um sonho de um cronista preocupado com um Brasil realmente melhor e mais preparado para tornar o povo verdadeiramente o campeão do mundo.
Professor de Lingüística, de Jornalismo, professor radiofônico e membro da Academia Bauruense de Letras

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