JORNAL BOM DIA BAURU Cuba e a imprensa

CUBA E A IMPRENSA
João Batista Neto Chamdoira
jobachama@uol.com.br

Banca de jornais em Havana, Varadero, Cienfuegos, Trinidad...? Não há.
Não há fatos para noticiar ou comentar?
Fatos há, mas não se noticiam. Não vi acidentes automobilísticos. Também, poucos automóveis. E velocidades bem baixas.
Um dia numa das ruas principais de Havana Vieja, a Obispo, um senhor idoso, aparência bem humilde, timidamente ofereceu um jornalzinho. Sim, pequeno: 38cm por 29 cm, oito páginas. É o GRAMNO, ou GRANMO, “ÓRGANO OFICIAL DEL PARTIDO COMUNISTA DE CUBA”. Uma espécie de “A Voz do Brasil “ impressa. Apenas noticias que, de alguma maneira, estão ligadas ao governo. Para ilustrar: “Entregan Prêmios Nacionales de Cultura comunitária 2006.”; “Outorgada la Orden Antonio Maceo al Instituto Técnico Militar Jose Marti.”; “Deporte consolida relación India-Cuba.”. “Chavez destaca recuperación de Fidel”; “Roban un carro cada três minutos. En 2006, fueron robados 170 mil vehículos.” Em Cuba, não, em San Pablo, Brasil.
Notícias sobre os inimigos: “Cuba lês duele más. Es inegable que la tranquilidad interna que disfruta Cuba es un punzonazo (golpe)al costado del Tio Sam.”; Alemania emite orden de captura contra agentes de la CIA.”
Revistas? Não vi nenhuma. No hotel, TV a Cabo. Notícias sobre Cuba, algumas homenagens a cubanos. E notas sobre melhoramentos no país. No más.
E o Congresso cubano, como se comporta? Não se sabe.
Fidel é teimoso. Bonito o ideal comunista, socialista. Mas e a realidade? Volto a Cuba, ano que vem. Haverá outro partido? Uma oposição?

Professor de Lingüística e de Jornalismo - Unesp

0 comments: